Apesar de ter entrado pelas traseiras, pela ala da criadagem, foi conduzida através duma enorme escadaria ao andar superior; a certa altura percebeu que fora deixada sozinha pela serviçal que a recebera e que se encarregara de a escoltar até aos aposentos da menina Camille. De repente, chocou com um vulto que caminhava apressadamente em sentido contrário ao seu.
Tratava-se de um atraente e moreno homem, de porte elegante e atlético e estatura alta, possuía olhos esverdeados e cabelos fortes, ondulados e castanhos-escuros, nariz aquilino; encontrava-se ricamente vestido.
Este mirou-a de alto a baixo, com ar malicioso e guloso; logo a seguir mudou lestamente as feições, afivelando uma máscara de distinção e pegou-lhe na mã, beijando enquanto se curvava, olhando para ela com um olhar atrevido e galante. Açucena corou até à raiz dos cabelos. O homem usava um misto de sedução e lisonja respeitosos, fitando-a com um olhar ávido e intenso, que confundiam e elevavam a jovem às nuvens. Depressa soube tratar-se de Édouard, irmão mais velho de Camille.
Durante o resto da sua estadia no palácio para a prova do vestido e a combinação dos detalhes, Açucena encontrava-se num estado de perturbação e sonho que a puseram desastrada. Fora elucidada da identidade do cortejador, por uma dama-de -companhia, que viera procurá-la, conduzindo-a aos aposentos da menina Camille.
Quando voltou para casa já era noite e qual não foi o seu espanto quando encontrou Édouard no caminho, oferecendo-se para escoltá-la a casa.
A partir dessa data o duque passou a aparecer frequentemente nas imediações da casa da jovem e pobre baronesa e apesar de actuarem com discrição, depressa chegou aos ouvidos de Philippe. Este esperou, pálido, a visita da moça e os seus olhos encheram-se de lágrimas quando obteve a confirmação da boca dela, que namorava secretamente o duque.
- Açucena, minha flor, tens a certeza de que é isso que desejas? Por favor, tem cuidado, tenho um mau pressentimento sobre isso…
- Philippe! – Repreendeu-o ela - Não acredito nisso, Édouard é um perfeito cavalheiro! Lá por eu e tu termos uma boa ligação empática, não significa que estejas certo sempre naquilo que intuis… e vais ter de me deixar de chamar isso…
Com o decorrer do tempo, o loiro professor tornou-se um homem triste e acabrunhado. As visitas a Philippe escassearam e não demorou muito até que a relação de Açucena se oficializasse com um pedido de noivado.
Quando soube da petição de mão, Philippe sentiu o seu coração despedaçar-se, banhou-se em lágrimas, tendo-se entregue ao desespero e caindo de cama, enfermo. Definhava a olhos vistos, delirava imenso ardendo em febre, chamando a sua querida Açucena. Esta veio vê-lo alarmada e a dor que sentiu era tão pungente, que se sentiu culpada pela primeira vez. Ajudou a cuidar dele, dedicada e pressurosa. O homem, mesmo inconsciente, lograva sentir as mãos de fada e o afecto da donzela, que lhe pareciam devolver a vida e a saúde. A fraternal costureira ajudou nos cuidados até perto da data da sua boda e depois teve de se ausentar devido aos preparativos.
Philippe tinha um mau pressentimento em relação ao casamento e futuro de Açucena, mas não podia fazer nada… ou quase nada.
Autor da imagem. Heise jinyao
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os creditos.
Todos os direitos reservados.
Link do 1º capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2011/03/acucena-chapter-i.html
link do 3º capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2011/03/acucena-chapter-iii.html
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