Édouard passeava impaciente pela ante sala dos aposentos da esposa. Apertava os lábios e mantinha o sobrolho franzido. Açucena já perdera duas crianças. Em parte por conta da sua brutalidade para com ela, mas também porque os rapazes não vingavam no ventre dela.
Apesar disso Édouard sofria porque ansiava um filho varão.
Açucena! Édouard era obsessivamente apaixonado por ela. Para ele, ela era tão desejável que todos os homens a cobiçavam e isso deixava-o louco. Não podia suportar nem admitir isso; pensar que ela podia gostar ou interessar-se por algum outro. Olhou para trás quando ouviu um choro de criança. O seu rosto iluminou-se. Pouco depois Francine aparecia com um embrulhinho e este olhou para o rosto vermelhusco do recém-nascido.
-É uma menina senhor duque. – Anunciou Francine quase num sussurro. E graças a Deus está muito bem…
Édouard fez um trejeito desinteressado e desiludido saindo desabridamente da ante sala e invadindo o quarto da esposa. Olhou-a sentindo piedade e ternura pela sua frágil figura, exausta pelo esforço. Porém fez tudo para afivelar um ar arrogante.
-Como…como estás?... – A sua voz grave soou mais suave que o pretendido.
A esposa olhou-o com a vista pesada, respondendo que estava bem e quase imediatamente adormeceu de cansaço. O homem mirou-a por uns minutos e inclinou-se beijando-lhe a testa; Fitou-a novamente, fascinado pela beleza dela e beijou-a nos lábios saindo de seguida dos aposentos.
~~*~~
Édouard entrou de rompante na divisão em que ecoava um choro de bebé.
-Alguém cala essa fedelha!?
Açucena acorreu pressurosamente e lesta ofereceu o seu seio ao minúsculo ser, que o agarrou avidamente sossegando. Édouard olhou para a cena enciumado.
-Nunca a largas! Estás sempre agarrado a esse bebé! – Resmungou contrariado.
-Se a largo ela chora. Ela é muito pequenina. – Redarguiu Açucena suavemente para o marido, mas beijando a bebé. – A nossa filhinha precisa de cuidados…
-Existem amas para cuidar dela! – Ele ripostou com veemência. – Eu quero-te ao meu lado a cuidar de mim! Além do mais logo vamos ao baile do Rei!
Esta e Francine encararam-no atónitas. Haviam tão poucas semanas que ela dera à luz e ainda não estava totalmente recuperada mas o fidalgo não estava com meias medidas para negociar. Necessitava da influência dos monarcas para minorar as suas dívidas.
Link da 5ª parte: http://artlira.blogspot.pt/2011/03/acucena-chapter-v.html
Link da 7ª parte: http://artlira.blogspot.pt/2011/05/acucena-chapter-vii.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário