Sejam benvindos ao meu cantinho, ao meu mundo :)
sábado, 6 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
domingo, 31 de agosto de 2014
Açucena- 12º Capitulo - 2ªa Temporada - de Florbela de Castro
Philippe
não queria saber duma versão melhorada de Edouard. Teimava em não querer
acreditar, mesmo que lá no fundo soubesse que isso era verdade. Se ele
acreditasse, a sua vingança pessoal poderia perder sentido.
Havia
instalado Charlotte no seu palácio. Olhou-a com pena e preocupação. Ela
havia-lhe contado a sua história o que deixara o príncipe apreensivo. Não sabia
bem como ajudá-la.
Alguns
dias passaram e ele cuidava da rapariga que recobrava as forças. Sentia-a um
pouco órfã no mundo. Ela era novinha. Talvez tivesse vinte anos. Naquela noite
ela chorara mais uma vez pelas traições de Edouard. Passou nos seus aposentos e
vira a porta entreaberta e percebeu que ela adormecera vestida e a chorar. Suavemente
e com gestos fraternos desapertou-lhe o corpete, procurando aconchegá-la.
Charlotte entreabriu os olhos sorrindo ensonada.
- Que
significa isto?? – Gritava Açucena completamente desvairada.
Surpreendidos
os dois não tiveram reação. Açucena, alucinada, esmurrou o príncipe com as duas
mãos. Este agarrou-lhe os pulsos com força enquanto ela se debatia. O resultado
foi ela libertar-se num ímpeto, batendo com a cabeça numa mesinha. Tudo ficou
negro e silencioso.
Quando
começou a recuperar os sentidos Açucena, ouviu uma azáfama e vozes distantes. O
dia raiava há muito por entre os reposteiros. Ao abrir os olhos foi mirada por
caras estranhas, desconhecidas.
-Acordou.
– Disse um homem careca e de bigode que tinha um monóculo. Outro homem alto e
largo como um armário levantou-a sem cerimónia e sentou-a numa cadeira. O seu
pé embateu num tecido volumoso. Olhou. Charlotte jazia no soalho com tez cinza
e uma ferida enorme numa das fontes. De Philippe nem sinal.
- Desculpe-nos mas teremos de levar a menina até ao cárcere do
rei para depois ser interrogada.
Açucena empalideceu e assustada quis fugir. O homem armário
impediu-a pegando nela como quem pega uma trouxa leve.
Atordoada e sem querer acreditar no que lhe estava a acontecer,
a duquesa viu-se a ser levada para a prisão real. Atirada para uma cela depois
de despojada das suas jóias e vestido e enfiada numa túnica de serapilheira,
agachou-se num canto. Nem meia hora depois voltava o homem do monóculo e o
homem-armário. Agarraram-na sem cerimónia enquanto despejavam um grande balde
de água fria em cima dela.
- Onde está o príncipe
de Angelis? Porque você assassinou esta jovem?
A jovem mulher quis protestar mas não a deixaram falar,
esbofeteando-a violentamente. Prosseguiram assim por algum tempo que pareceu infindável
para ela. Finalmente saíram.
Após longos momentos, talvez horas, em que a duquesa se
perguntou do porquê desta situação, tentou relembrar o aparecimento de Charlotte
em sua casa e o facto de Edouard as ter surpreendido.
Gerara-se um tremenda discussão entre a outra jovem e Edouard
em que este perdera a paciência ameaçando Charlotte de a surrar. Fôra então que
ela fugira.
Jamais esperara encontrá-la na casa de Philippe. Açucena
gemeu dorida tanto por fora como por dentro. Não percebia o que se passava.
A noite já ia alta e a lua iluminava pelo quadrado gradeado
quando o homem-armário voltou. Trouxe-lhe água. Hesitante ela aceitou. Ele
acariciou-lhe o cabelo. Ela repudiou-o mas de nada adiantou. O homem rasgou-lhe
a túnica e sem cerimónia penetrou-a enquanto lhe tapava a boca. Açucena gemeu
de dor, enquanto lágrimas escorriam pelas faces. Humilhação suprema.
Dali em diante o homem armário aparecia à mesma hora e o
ritual repetia-se. Açucena vivia aqueles momentos com repulsa e sacrifício.
Até que um dia em que o ritual se repetira, o homem estacou de
repente com os olhos esbugalhados e caiu pesadamente a seu lado. Nas suas
costas encontrava-se cravado um punhal. A figura dum guarda recortava-se na
sombra da cela. Açucena não reconheceu nenhuma cara amiga.
- Com os cumprimentos do rei. – Anunciou o jovem homem com
respeito. E saiu tão enigmaticamente como entrara. Açucena interrogou-se
intrigada : “ O rei livra-me da violação mas não da prisão. Qual será o seu
intuito?” Conjeturou: “ E onde estarão Philippe e Edouard que não apareceram? Nem
mesmo Evelyn surgiu ou me veio tentar salvar!”
Não longe dali, três dias antes, os dois homens amordaçados
tinham sido postos numa galera real para terras distantes.
Evelyn evaporara-se simplesmente.
Imagem de Phoenix Lu
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos. Todos os direitos reservados.
Açucena - 11º Capitulo - 2ª Temporada - de Florbela de Castro
Philippe passeava de mãos na cintura pela sala com ar
preocupado enquanto Evelyn esfregava as mãos nervosamente.
- Não estava previsto no nosso plano apaixonares-te pelo
Edouard! O intuito era destrui-lo.
- Sim… mas julgo que consigo transformá-lo…
Philippe parou de andar e olhou fixamente a amiga.- Acho isso
pura ilusão! Não sei o que vocês veem nele!
- Estás com ciúmes?? – Ripostou Evelyn com vivacidade, logo
semicerrando os olhos e voltando a falar mas agora em tom baixo e provocador: -
Meus ou dela?
O homem loiro olhou-a intensamente, erguendo uma sobrancelha.
- De que falas?
- Do nosso caso, Philippe! – Não te faças desentendido!
- Caso?? O que se passou entre nós não foi um caso. Foram
momentos de entreajuda… - Exclamou ele, rematando: - E já foi há muito tempo!
Evelyn soltou uma gargalhada – Estás com receio de relembrar
o prazer que sentiste comigo? Quando chegaste às minhas mãos estavas um caco
como homem. Sem amor-próprio e sem nada… E eu fiz-te vibrar de novo, fiz brotar em ti essa
sensualidade que a tua querida Açucena tanto aprecia nos dias de hoje e que a
faz suspirar quando estás em cima dela.
- Pára de falar essas coisas! Ok ajudaste-me muito e não só
nesse sentido. Mas lembra-te que o que me trouxe aqui foi recuperar Açucena e
vingar-me de Edouard!
- Sabes, há momentos em que duvido se realmente amas Açucena…Ou
se é só o teu orgulho ferido…Ela é tão insossa e não sei o que tu e o Edouard
viram nela.
- Ela desperta em mim algo que não sei explicar…É uma doçura
tão grande! E por favor não me compares com Edouard! – Ripostou ele com a sua
voz grave. – Estás aqui para me ajudar ou não??
- Estou. – Respondeu ela já mais séria – Pela honra da nossa
Família pois ainda somos primos. Mas vamos ter de mudar os planos pois desejo
manter Edouard para mim…Além disso o meu grã-ducado permite-me estar longe da
tua vista.
Philippe suspirou pesadamente como resposta e saiu com largas
passadas.
Saiu para a rua para respirar o ar frio da noite e pensar.
Contra a sua vontade as lembranças dos momentos quentes com a prima
voltavam-lhe à cabeça. Evelyn realmente sabia fazer um homem sentir um fogo
vindo das entranhas e capaz de deixar qualquer um louco de paixão. Ele escapara
desse sentimento de entrega pois conhecera já o amor da sua vida e fora ferido
por ela, mas reconhecia os talentos de Evelyn. Estremeceu com as recordações e
sentiu-se culpado pensando em Açucena. Fixou o seu pensamento nela e aos poucos
o seu coração amansou dessa impressão culposa. Sorriu para os seus botões.
Nesse momento um vulto encapuçado deu-lhe um encontrão.
A cabeça de Charlotte ficou a descoberto, revelando uma
expressão confusa num semblante pálido.
Instintivamente Philippe segurou-a, porém Charlotte,
desnorteada, tentou livrar-se dos braços que a pareciam reter.
- Nada temais jovem senhora! – Afiançou o príncipe com voz
tranquilizante. A mulher percebeu o seu porte distinto e acalmou-se. – Posso
ajudar-vos?...
Charlotte abriu a boca para responder mas uma voz masculina
soou feroz:
- Vós! Sempre no meu caminho, Philippe!
O alto e louro homem assumiu uma atitude defensiva enquanto a
mulher se escudava nele.
- Edouard! Que podereis querer desta jovem dama??
- Nada que vos diga respeito! Afastai-vos Príncipe de
Angelis!
Mas Philippe permaneceu à sua frente com o sobrolho
carregado.
- De Angelis, deixai-me resolver os meus assuntos com essa
dama! – Instou Edouard contendo a sua impaciência e esforçando-se por ficar
calmo mas firme.
- Duvido das vossas boas intenções! – Exclamou o príncipe com
impetuosidade. – Sei bem como eréis violento com Açucena!
- Não tem nada a ver com isso este assunto! – Mastigou Edouard
impaciente. Mas Philippe não lhe deu ouvidos e saiu correndo e levando
Charlotte, deixando o duque desorientado.
Link do 10ª Capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2014/06/acucena-10-capitulo-2-temporada-de.html
Link do 12ª Capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-2-capitulo-2a-temporada-de.html
Link do 12ª Capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-2-capitulo-2a-temporada-de.html
Imagem da autoria de Phoenix Lu
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sábado, 30 de agosto de 2014
CAVALEIRO - de Peter Lee Dolphein
Soube que o querias
Em aconchego confessar
Que me Amas.
Vi,
Que era Verdade
Esse teu Sentimento
Em lágrimas
Lavado e apascentado
Como uma ovelha
Tresmalhada e sofredora.
Hoje,
É a Noite em que
Poderás dar e Sentir
Essa tortuosa Sensação,
Essa dorida Paixão
Em teu corpo sedento
Por um carinho meu.
Poderás vir, então
De Coração aberto
E sem Armadura
Pois esta Noite jurei
Ser para sempre
O teu brilhante
E Poderoso Cavaleiro
Que te espera
Para te Amar.
Author: Peter Lee Dolphein
Braga/Portugal----------09/05/2012
Autor ©: Peterleedolph , Braga 09/05/2012
AMIGA ESPERANCA - de Peter Lee Dolphein
Pelo sol que sonhas-te
Sei que há um sonho
Dentro de ti esperando.
A madrugada que persiste
No teu mais profundo ser
Desperta aos poucos e viverás
Em luz transbordante de viver.
Gosto da maneira como olhas
O presente que outros,
Futuro chamam
Com desdém e desilusão
Tentando vender a extinção do Amor
Acredito que não desistirás!
Até agora não o fizeste
Pois tal como eu
Acreditas e esperas
O reino que há-de vir.
Florescendo em Amor
O dia de amanhã
Por Deus abençoado.
Autor ©: Peterleedolph , Braga 20/01/2007
ADORADA- de Peter Lee Dolphein
O orvalho beijou docemente
As folhas do meu pomar.
O Sol aqueceu com ternura
As tuas pegadas na relva
E eu bebi com prazer
O café que antecede
A tua chegada gloriosa.
Senti um cheiro a Mar
Vindo do teu regaço
E quando me beijaste
Recordei o sabor
Da laranja fresca à tardinha.
Sabes bem que não posso viver sem ti.
Andei dúzias de anos à tua procura
E os Deuses castigaram-me
Para me fazer entender
Que o Amor é precioso demais
Para loucamente se esbanjar.
Autor ©: Peterleedolph , Braga 18/6/2005
Publicado No Jornal "Tribuna Pacense" em 18/7/2005
Publicado No Jornal "O Valenciano" em 16/8/2006
AMANDO! - de Peter Lee Dolphein
Queria
Dizer-te que
Sinto a tua falta.
Queria
Tanto
Sentir o teu olhar
Uma vez mais
E sentir
Que ainda me queres.
Será possível,
Partir sem ficar?
Será possível
Amar
E não sofrer assim
Sabendo que
Ainda não terminou
A nossa História?
Dei voltas
Ao meu pensar,
Questionei o meu Amar
E no fim de tudo
Só encontro
O teu nome
Gravado a Fogo
No meu Coração,
Na minha Alma
Que suspira
Em vão,
tentando esquecer
O que não pode
Nunca ser esquecido...
TU!
Author: Peter Lee Dolphein
Braga/Portugal-----17/07/2012
Autor ©: Peterleedolph , Braga 17/07/2012
domingo, 24 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
WHY? - Peter Lee Dolphein
Tão somente
O porquê
De Te querer tanto.
Procuro simplesmente
A Razão
De Te amar tanto.
E quando estou quase lá
Vem o Calor,
Vem a Emoção
De Te saber minha
De todo o Coração
Com tanto Amor
Que igual não há.
É Verdade
Que às vezes dói
É Verdade
Que tambem estás lá,
Quando a escuridão teima
E quando a Luz brilha
Porque ambos estamos ligados
Nesse Sol que arde em nós...
Esse Sol a que chamamos Amor.
Author: Peter Lee Dolphein
Braga/Portugal-------07/06/2011
Autor ©: Peterleedolph , Braga 07/06/2011
ACREDITAR - Peter Lee Dolphein
Tão Profundo e tão Quente
Possui
Num Segundo
E torna-me Crente.
A Luz do teu Ser
Que Ama e que Sente
Traz em ti Poder
E em mim
Amor Presente.
Sim, é Verdade...
Eu não acreditava.
Sim, é Amor
O que eu não sabia
E o que em mim
Desde Sempre
Habitava.
Vem,
Vem e traz-me
Esse teu Calor.
Vem e dá-me
Esse teu Ardor
Num Mundo em que eu
sentia muita Dor
E agora acredito
Que tambem pode
Sempre
Haver Amor.
Author; Peter Lee Dolphein.
Braga/Portugal......24/10/2013
Autor ©: Peterleedolph , Braga 24/10/2013
Acordar -Peter Lee Dolphein
O sonho a acabar
Desvanecer da névoa ilusória
Torpor transitório e começas a abrir os olhos.
É dia outra vez
Medes a força e tentas mexer-te.
A primeira impressão é avassaladora
Tudo é equacionado.
Então surge a vontade
A vontade de acordar e mexer.
Começas a modificar,
Tomas a atitude...
Estás a acordar.
Autor ©: Peterleedolph , Braga 04/02/2005
Publicado No Jornal "Tribuna Pacense" em 4/2/2005
A NOITE - por Peter Lee Dolphein
Os sons aumentam.
À noite o luar estremece-me a pele
E a minha licantropia existencial
Enlouquece-me
Uivando à lua
Do teu Amor
Porque à noite é quando o vento
Sopra o teu nome.
Porque à noite
As estrelas choram por ti
E não há coração que aguente
Tamanha saudade de ti.
À noite chamo por ti
E sinto que as cigarras
Cantam em coro
A minha paixão.
À noite
O sono não vem
E a paixão cresce
Nos nossos corpos suados e exaustos
Porque tu e eu pertencemos um ao outro
E pertencemos também
A essa Noite
Que existe porque ambos nos perdemos
Um para o outro,
À NOITE ...
Quando tudo o demais já perdeu significado
Para Nós...
Completamente anoitecidos.
Autor ©: Peterleedolph , Braga 29/1/2007
quinta-feira, 31 de julho de 2014
quinta-feira, 17 de julho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
Açucena : 10º Capitulo - 2ª Temporada - de Florbela de Castro
Édouard jamais experenciara tais
delícias. Movimentar-se com o corpo colado ao de Evelyn
suscitava-lhe em uníssono um fogo ardente e uma doçura tremenda.
Após um extase sentido, deixou-se cair languidamente ao lado da
jovem de cabelos vermelhos, beijando-lhe o braço repetidamente. Era
a primeira vez que o arrogante nobre se derretia tão profundamente
por alguma mulher. Mesmo com Açucena fôra uma paixão carnal e
caprichosa. Então com Charlotte nem se comparava; esta permanecia no
campo do semi-desinteresse.
Mas Evelyn trazia a Édouard uma nova
vida, como que se lhe tivesse insuflado um novo sopro, uma nova alma.
O que Édouard sentia centrava-se no
coração e trazia-lhe um fogo irresistível.
Refletindo sobre isto o homem suspirou
baixinho e com um olhar doce e verdadeiro, puxou-a de novo para si.
Desejava fundir-se de novo na embriaguez daquela mulher.
E fundiu-se.
Evelyn sentia a rendição do ex-don
juan, sorrindo internamente. Agradava-lhe a entrega e a mudança. Mas
mantinha-se erecta no seu pedestal sem sucumbir demasiado aos apelos
do coração. No entanto não podia negar que as delícias nos braços
de Édouard eram extremamente gratificantes.
A forma vuluptuosa como cada um se
mexia contagiava o outro, num circulo infindável de prazer, as mãos
entrelaçavam-se, os corpos movimentavam-se num ritmo crescente,
enquanto trocavam beijos sensuais e gemidos sentidos.
Eram assim os seus encontros pautados
igualmente por muito diálogo, algo de estranhar em Édouard, que
raramente conversava com as suas conquistas. Mas com Evelyn sentia-se
tão à vontade ou ainda mais, do que com os seus amigos.
Sempre que voltava para casa, Açucena
encontrava um marido pensativo e distante,mas pelo menos não
embriagado nem violento. Aliás, ele mal lhe falava e nem a tocava.
Não se tratava de um ignorar da sua presença mas sim dum respeitar
da sua pessoa e do seu espaço.
Entretanto, passado algum tempo Evelyn
acabou por revelar ao seu amigo, o principe Phillipe, a sua relação
com o duque. O amigo ouviu-a surpreendido, não com o facto da sua
amiga manter um romance clandestino, pois conhecia a natureza
indomável e forte de Evelyn, mas sim por saber que o duque se
encontrava rendido. Refletindo, decidiu não contar nada a Açucena.
Além disso Édouard não sabia da amizade de Evelyn com o principe
nem do romance do principe com sua esposa, Açucena.
Aos poucos o duque largara a bebida e
largava também o vício do jogo. Passava quase todos os dias na
residencia luxuosa de Evelyn, fosse muito ou pouco tempo.
Deixara igualmente de aparecer para
visitar Charlotte e esta estranhava a sua ausência. Não sabia
exatamente onde Édouard vivia, nem qual seu sobrenome, mas guardava
um retrato pequeno dele em oval, pintado à mão, que o próprio lhe
oferecera, devido aos filhos que haviam tido juntos.
Munida desse retrato, Charlotte partiu
um dia para a grande cidade a fim de o procurar e após dois dias de
indagações, chegou ao palacete de Édouard.
Quem a recebeu foi uma surpresa
Açucena, que ao início não esclareceu a sua própria identidade à
interlocutora. Esta contou a natureza da sua ligação com Édouard e
os filhos nascidos, julgando que Açucena era irmã dele.
A jovem duquesa ficou siderada com a
revelação de Charlotte sobre sua existência e das crianças.
Charlotte falava, desabafando. Açucena sentia-se sem coragem para se revelar.
Naquele momento, a ama entrou com a filha de ambos. Ao início
Charlotte sorriu ao ver a criança congratulando-a pela beleza da
menina, mas algo na atitude embaraçada de Açucena deu-lhe o alerta.
De olhos esbugalhados, mirou a criança e a jovem de cabelos
cor-de-mel e de repente percebeu tudo. Estremeceu empalidecendo e
caiu desmaiada.
Açucena socorreu-a sentindo pena dela.
Levou-a para salinha contígua aos seus aposentos para ela recobrar os
sentidos.Ofereceu-lhe chá e algo doce para lhe voltarem as cores à
faces, ao qual Charlotte aceitou, muda e cabisbaixa. Açucena
entreolhava-a condoída e sem saber o que fazer, enquanto na cabeça
de Charlotte múltiplos pensamentos se cruzavam e um deles era fugir
dali o mais rápido que pudesse, mal as suas pernas fracas o
permitissem. Foi lá que o duque as foi encontrar.
Imagem da autoria de Jasmin Darnell
link do 9º capitulo da 1ªa Temporada:http://artlira.blogspot.pt/2011/07/edouard-abriu-os-olhos-vagarosamente-e.html
Link do 11ª Capitulo : http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-11-capitulo-2-temporada-de.html
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos. Todos os direitos reservados.
Link do 11ª Capitulo : http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-11-capitulo-2-temporada-de.html
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domingo, 1 de junho de 2014
Conto : "O Principe - Trovador" - 3ª Parte e última Parte - De Florbela de Castro
Raimundo, a partir da data do encontro com Aurora, passara a compor belas melodias em homenagem ao seu belo amor, deixando também pequenos versos românticos espalhados pelo palácio, na esperança furtiva de que a jovem misteriosa fosse realmente Aurora. Os nobres que frequentavam a corte sorriam e aclamavam alegremente as trovas, encarando-as como uma forma criativa e artística do seu principe expressar a sua inspiração ou até de homenagear a sua prometida.
Mesmo sem voz e sabendo da cegueira do seu amado, Aurora sentia no seu coração e alma que as trovas e versos lhe eram dirigidos, enchendo-se de contentamento. Porém, mantinha uma postura discreta para não revelar a sua identidade.
Varynia, a nova princesa, era geniosa e imprevisìvel. Mas perante a sociedade ela afivelava uma máscara de grande benignidade.Os serviçais temiam-na e viviam subjugados pelo seu poder e pelo medo. A família real parecia não se aperceber da verdadeira personalidade da princesa. O principe Raimundo acompanhava-a em passeios, refeições e pequenos espetáculos de diversão, sendo sempre amável e solícito.
Por seu turno, Aurora escutava e assistia ao desvelar da verdadeira princesa. Tal como todos, ouvia os impropérios proferidos por esta quando as coisas não se encontravam à sua feição. Aurora pensava para si mesma que o principe tinha caído num grande engano, contudo não estava em posição de intervir.
A linda bordadeira pensava na sua fada-madrinha para vir em seu auxílio mas agora não vivia nem dormia sozinha e era arriscado expôr-se dessa forma.
Numa das suas folgas dirigiu-se sozinha aos arredores da cidade, adentrando o bosques. Abalara cedo de manhã pois a orla da floresta ainda era distante.
Duas horas depois chegou perto dum ribeiro que uns quilómetros mais adiante se fundia com o mar. Descansou na relva atapetada de flores e então dispôs-se a chamar pela fada-madrinha com o seu pensamento, visto que estava muda.
Porém, não obteve resposta. Em vez disso, viu um redemoinho surgir na água e uma mulher de aspeto transparente e vestido azul, materializar-se. Aurora ficou perplexa e recuou um pouco, mas a aparição instou-a a aproximar-se e apresentou-se como sendo a Senhora Das Águas. A senhora aquática parecia ouvir os pensamentos de Aurora e transmitiu-lhe que os sentimentos e pensamentos eram como as ondas do mar e as correntes dos rios. A morena mulher sentia uma calma e uma pacificidade junto da inusitada presença feminina. Esta convidou-a a mergulhar nas águas para conhecer o seu palácio no mar. A jovem mulher olhou-a assustada e confusa, enquanto a Aquática Presença soltava uma gargalhada que se assemelhava ao borbulhar da água e lhe estendia um búzio cheio de água para ela beber. Depois deu-lhe a mão e as duas mergulharam, com Aurora em suspense.
A bela moça terrestre visitou, encantada, o belo palácio de madrepérola e coral, entendendo-se com os conterrâneos aquáticos e demais espécies apenas através de pensamentos. Longo tempo depois foi levada de volta à terra. Já na margem, a Senhora das Águas transmitiu-lhe que não podia intervir do mesmo modo que a fada mas que lhe presenteava com algo: a sua voz. Assim já poderia lidar com mais independência, com a situaçao de Varynia e o principe Raimundo. E docemente, despediu-se num murmurar de águas.
Com uma gargalhada sonora Aurora rodopiou quase como que dançando, porém foi bruscamente parada por uma exclamação de fúria e escárnio: - Não tão rápido minha menina! Já sei quem tu és e quais as tuas intenções! - A voz de Varynia soava ameaçadora – Mas lamento informar-te que jamais te poderás reunir ao teu querido principe! Sabes porquê?
E pronunciando isto, enterrou as mãos na terra erguendo-as, vociferando:
- Porque eu tenho poder da terra e por isso comando que te transformes numa árvore!
Perante estas palavras, a mulher metamorfoseou-se numa árvore de copa frondosa.
O principe Raimundo recordava muito Aurora. Sabia que a sua vida tinha de prosseguir mas sentira nos últimos tempos a sua presença de uma forma marcante e de repente... Nada. Tudo parara. Será que Aurora estivera realmente presente na sua corte, no palácio real? Se assim fora, porque não lhe falara? A ideia tanto lhe parecia descabida como também a mais coerente.
Bateram à porta. O seu fiel escudeiro chamava-o para o seu passeio matinal. Apesar de cego, o principe continuava a cavalgar. Ao passarem nos pátios exteriores junto `as cavalariças, Raimundo ouviu duas crianças soluçar. Condoído perguntou o motivo da tristeza deles. Estas responderam que a sua mãe havia desaparecido e eles estavam sós no mundo.
Comovido, o principe sossegou as crianças quanto ao seu futuro e tomou-os em sua proteção. Entretanto indagou-os dos pormenores do desaparecimento da progenitora. Mas as crianças pouco lhe adiantaram. Uma outra serviçal acabou por se aproximar acanhadamente, explicando ao principe quem era a mãe das crianças e como viera para o palácio e que havia uma semana que ela saíra para os arredores do bosque e jamais voltara.
Raimundo achou tudo muito estranho. E a suspeita de que aquela poderia ser Aurora, solidificou-se. Era o que o seu coração lhe dizia.
“Mas então... se ela era Aurora as crianças eram... Seus filhos!”
Aquele pensamento fê-lo estremecer alvoroçado.
Imediatamente nomeou uma dama da corte para ama das crianças e acompanhado do seu escudeiro, dirigiu-se aos aposentos de Aurora e demais serviçais, pedindo para lhe entregarem os seus haveres. Não tardou em descobrir a capa azul e pelo toque e aroma reconheceu ser a de Aurora. Imediatamente a janela do quarto se abriu e surgiu a fada-madrinha de Aurora.
Com vivacidade contou-lhe todos os pormenores da vida de Aurora desde o afastamento do principe atá à data presente. Revelou-lhe a verdadeira índole de Varynia, o que ela fizera à sua amada e o prévio encontro desta com a Senhora das Águas. E finalizando, proferiu que estava nas mãos de Raimundo inverter aquela situação. Após declarar isto, retirou-se.
Raimundo ouviu-a siderado. Não sabia o que fazer para a salvar. Sufocado, o principe saiu com o seu escudeiro numa cavalgada desenfreada até ao local onde estava Aurora transformada em árvore. Ali chorou copiosamente. As suas lágrimas ao tocarem no solo transformavam-se em belas margaridas. Cedo o solo em redor ficou atapetado das ditas flores, pois o principe passou a rumar àquele local diariamente.
Haviam decorrido poucos dias e a canícula fazia-os suar debaixo das suas fardas.
Na sua visita diária Raimundo decidiu refrescar-se no ribeiro, por esse mesmo motivo e para limpar as suas lágrimas. Dispôs as suas mãos em concha e limpou abundamentemente o seu rosto com a água. Qual não foi o seu pasmo quando percebeu que voltara a ver! No seu rosto rasgou-se um sorriso exultante e cheio de alegria partilhou com o seu amigo e fiel escudeiro a boa nova. Os dois abraçaram-se radiantes e Raimundo dispôs-se a tocar uma das suas trovas com o seu alaúde, sentados confortavelmente junto à arvore.
Porém algo ainda mais assombroso os esperava: à medida que o principe dedilhava as notas no instrumento e cantava, a árvore foi gradualmente transformando-se em Aurora!
O encontro foi de um sentimento indescritível. Abraçavam-se, tocavam-se, riam-se, falavam quase ao mesmo tempo.
Após o fervor inicial, dispuseram-se a rumar ao palácio. Todavia a ventura ainda não se firmara nas vidas deles. Mal tinha dado uns passos quando Raimundo foi envolvido por um ramo de árvore, sendo arremessado a uns metros de distância.
Frente a eles estava Varynia.
- Se eu não posso ficar com Raimundo, ele não será de mais ninguém!
E dizendo isto, revirou a mão fazendo abrir um buraco no solo, onde Aurora foi-se afundando.
Subitamente um rumor ouviu-se das águas do ribeiro e erguendo-se do mesmo surgiu a Senhora das Águas. Com um jato de água saído duma das mãos, inundou Varynia, fazendo-a rodopiar num redemoinho e depois ser arrastada pela correnteza do ribeiro, levada para longe até ao mar. Seguidamente com um repuxo retirou Aurora da cavidade onde estava enterrada. Raimundo aproximou-se com alguns arranhões e nódoas negras.
A senhora das Águas percorreu a distância que os separava, caminhando sobre as águas.
Parabenizou-os, revelando que já conhecia Raimundo por velejar nas águas do oceano e congratulou-os pela união.
Assim voltaram para o palácio, sendo revelada toda a trama de Varynia e a identidade e história de Aurora e os filhos.
Pouco tempo depois, foi anunciado o casamento e houve vários dias de festa por todo o reino.
A boda teve lugar no bosque mesmo junto ao ribeiro, sendo assistida por uma multidão de pessoas e abençoada pela fada-madrinha e celebrada pela Senhora das Águas. Os trajes de Aurora e o principe eram de cetim branco bordados a prata, com capa e véu, respetivamente, em cetim e gaze cor de champanhe.
A Senhora das Águas selou a união com Água e pérolas e no final todos festejaram, parte em terra, parte na água, mergulhando todos, após beberem água de um búzio.
A lua de mel foi uma longa viagem em alto mar, cruzando oceanos e conhecendo novas paragens, tanto cidades populosas, como ilhas quase desertas.
Raimundo reinou por longo tempo, sendo conhecido pela sua aliança e respeito pela água e pela natureza, seguindo sempre a voz do seu coração e contando sempre com o apoio e partilha em amor e cumplicidade, da sua rainha Aurora. Os seus filhos sucederam-lhe, seguindo o seu exemplo de respeito por tudo à sua volta, bem como o amor pelas artes.
FIM
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http://artlira.blogspot.pt/2013/06/conto-o-principe-trovador-2-parte-de.html
Imagens:
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Joseph Brewster Photography
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sábado, 24 de maio de 2014
" Need Some Flowers?" - Peter Lee Dolphein
Autoria de Peter Lee Dolphein
Desenho a lápis - 2014
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"After Dark" - Peter Lee Dolphein
Autoria de Peter Lee Dolphein
Desenho a lápis - 2014
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"Manthys Dancing" - Peter Lee Dolphein
Autoria de Peter Lee Dolphein
Desenho a lápis - 2014
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" As Velas de Kataryna" - Peter Lee Dolphein
Autoria de Peter Lee Dolphein
Desenho a lápis - 2014
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"Teu Amor... Meu Axé" - Peter Lee Dolphein
Autoria de Peter Lee Dolphein
Desenho a lápis - 2014
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" A Sarça Ardente" - Peter Lee Dolphein
Autoria de Peter Lee Dolphein
Desenho a lápis - 2013
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sexta-feira, 18 de abril de 2014
Conto: " O Despertar" - de Florbela de Castro
Daniel olhava para a sua chávena de café, sentado sozinho numa mesa. O frio da rua congelara-lhe os músculos da face e as mãos enregeladas como que aconchegavam a chávena quente, numa tentativa vã de aquecer as mesmas. Nem se atrevera a tirar o gorro que cobria os seus cabelos cor de mel.
O seu olhar perdido no fundo da chávena traduzia o seu profundo estado de aborrecimento, o que nas últimas semanas se tornara frequente.
A vida era sempre a mesma coisa, sem sabor nenhum. Casa-trabalho, trabalho-casa. Sem namorada;sem passatempos. Nada de diferente se passava além da rotina habitual. A vida nocturna deixara de ser apelativa; as conversas dos amigos também o haviam desmotivado há muito. Vogava num marasmo que lhe apertava o peito a cada dia que passava e ao mesmo tempo o fazia viver num limbo constante.
Saiu para a rua deixando que o sol brilhante daquele inverno lhe ferisse os olhos claros. Que fazia ele cá no mundo? A interrogação bailava-lhe no pensamento, enquanto os olhos se marejavam de lágrimas. Não se importava de chorar em plena rua. Que lhe importava a multidao?Aliás, como conseguiriam eles viver a vida? Seria dificil? Vazia? Intensa?
Os pensamentos invadiam-lhe a mente em catadupa e desordenados, caóticos. Sentiu uma vertigem. Podia ser fraqueza. Afinal acordara cedo e ainda não comera nada sólido. Ainda não era meio-dia mas decidiu comer um cachorro quente numa roulotte. Doia-lhe o corpo todo e a vertigem voltara, mesmo já tendo comido quase todo o apetitoso e recheado cachorro. Tentou equilibrar-se e olhou em volta cautelosamente, porém a paisagem fechou-se numa tela escura, de forma abrupta.
Quando acordou encontrava-se no hospital. Panóplias de exames, azáfama.
O veredito atingiu-o como um raio que fende uma árvore até à sua raiz: Cancro.
Mas como?... Como o cancro se atrevia a vir ceifá-lo quando ainda se encontrava no inicio da sua terceira década de vida?!
Perplexo, revoltado e apavorado. Como a vida era irónica! Ainda há dois dias atrás Daniel pusera a hipótese de não viver mais, e agora...
De dia passaram a ser os exames e tratamentos e à noite as lágrimas do medo e do alivio de ainda estar vivo.
Cada noite Daniel pensava em todas as coisas que poderia ainda realizar, coisas que não lhe interessavam antes mas que agora pareciam ter um valor precioso. O sol, as estrelas, o cheiro da relva molhada e das árvores no inverno ou aroma da primavera... Pintar, escrever, andar, ir a feira popular, tirar fotos, visitar monumentos, cozinhar.
Todos os dias pensava nisso, sonhava como essas pequenas coisas. Até que esses pensamentos se tornaram em bálsamos para a sua dor interna e para a suas dores fisicas também.
Os meses passaram e Daniel foi recuperando. Saiu de casa dos pais e voltou para o seu t0. Redecorou-o, pintou-o de cores vivas e padrões vivos e formas loucas.Cozinhou,passeou, praticou yoga e tornou-se amante da Natureza. Parecia ter morrido e renascido como uma fénix renasce das cinzas.
Contudo uma das coisas que puxou mesmo o homem renovado foi escrever. Cantar no papel o que alma lhe entoava. Enchia folhas de poemas e textos e mais tarde de belos contos imaginados. Sentia-se leve como uma pena e brilhante como uma borboleta.
Daniel olhava para o seu copo de água sentado numa mesa comprida e com outras pessoas. O calor do local permitia-lhe ter as mãos quentes. Recordava com benevolência o seu doloroso despertar e de como a sua vida fora impulsionada para uma enorme transformação a todos os niveis.
E esse caminho levara-o aqui.
Era o trigésimo livro que autografava. Passou a mão nos cabelos grisalhos de seis décadas e meia.
Sorriu cúmplice para a sua amada doce e graciosa mesmo com o passar dos anos. Como era bom abraçar a vida a cada instante.
FIM
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quinta-feira, 17 de abril de 2014
"Mongol" - de Peter Lee Dolphein
2013
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"Taste that Scent" - de Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis
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"Bird Ride on the Roof"- de Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis
2013
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"I Need You" - de Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis
2013
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2013
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quarta-feira, 16 de abril de 2014
"Song 4 Isabeaux" -de Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis - 2012
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terça-feira, 15 de abril de 2014
"Dopamina Stream" - de Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis - 2013
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"Snakes on the Wall"- de Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis - 2013
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"Morgana" - De Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis - 2013
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"Daniela Storm"- De Peter Lee Dolphein
Pintura a lápis
2013
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domingo, 23 de março de 2014
domingo, 16 de março de 2014
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