Édouard jamais experenciara tais
delícias. Movimentar-se com o corpo colado ao de Evelyn
suscitava-lhe em uníssono um fogo ardente e uma doçura tremenda.
Após um extase sentido, deixou-se cair languidamente ao lado da
jovem de cabelos vermelhos, beijando-lhe o braço repetidamente. Era
a primeira vez que o arrogante nobre se derretia tão profundamente
por alguma mulher. Mesmo com Açucena fôra uma paixão carnal e
caprichosa. Então com Charlotte nem se comparava; esta permanecia no
campo do semi-desinteresse.
Mas Evelyn trazia a Édouard uma nova
vida, como que se lhe tivesse insuflado um novo sopro, uma nova alma.
O que Édouard sentia centrava-se no
coração e trazia-lhe um fogo irresistível.
Refletindo sobre isto o homem suspirou
baixinho e com um olhar doce e verdadeiro, puxou-a de novo para si.
Desejava fundir-se de novo na embriaguez daquela mulher.
E fundiu-se.
Evelyn sentia a rendição do ex-don
juan, sorrindo internamente. Agradava-lhe a entrega e a mudança. Mas
mantinha-se erecta no seu pedestal sem sucumbir demasiado aos apelos
do coração. No entanto não podia negar que as delícias nos braços
de Édouard eram extremamente gratificantes.
A forma vuluptuosa como cada um se
mexia contagiava o outro, num circulo infindável de prazer, as mãos
entrelaçavam-se, os corpos movimentavam-se num ritmo crescente,
enquanto trocavam beijos sensuais e gemidos sentidos.
Eram assim os seus encontros pautados
igualmente por muito diálogo, algo de estranhar em Édouard, que
raramente conversava com as suas conquistas. Mas com Evelyn sentia-se
tão à vontade ou ainda mais, do que com os seus amigos.
Sempre que voltava para casa, Açucena
encontrava um marido pensativo e distante,mas pelo menos não
embriagado nem violento. Aliás, ele mal lhe falava e nem a tocava.
Não se tratava de um ignorar da sua presença mas sim dum respeitar
da sua pessoa e do seu espaço.
Entretanto, passado algum tempo Evelyn
acabou por revelar ao seu amigo, o principe Phillipe, a sua relação
com o duque. O amigo ouviu-a surpreendido, não com o facto da sua
amiga manter um romance clandestino, pois conhecia a natureza
indomável e forte de Evelyn, mas sim por saber que o duque se
encontrava rendido. Refletindo, decidiu não contar nada a Açucena.
Além disso Édouard não sabia da amizade de Evelyn com o principe
nem do romance do principe com sua esposa, Açucena.
Aos poucos o duque largara a bebida e
largava também o vício do jogo. Passava quase todos os dias na
residencia luxuosa de Evelyn, fosse muito ou pouco tempo.
Deixara igualmente de aparecer para
visitar Charlotte e esta estranhava a sua ausência. Não sabia
exatamente onde Édouard vivia, nem qual seu sobrenome, mas guardava
um retrato pequeno dele em oval, pintado à mão, que o próprio lhe
oferecera, devido aos filhos que haviam tido juntos.
Munida desse retrato, Charlotte partiu
um dia para a grande cidade a fim de o procurar e após dois dias de
indagações, chegou ao palacete de Édouard.
Quem a recebeu foi uma surpresa
Açucena, que ao início não esclareceu a sua própria identidade à
interlocutora. Esta contou a natureza da sua ligação com Édouard e
os filhos nascidos, julgando que Açucena era irmã dele.
A jovem duquesa ficou siderada com a
revelação de Charlotte sobre sua existência e das crianças.
Charlotte falava, desabafando. Açucena sentia-se sem coragem para se revelar.
Naquele momento, a ama entrou com a filha de ambos. Ao início
Charlotte sorriu ao ver a criança congratulando-a pela beleza da
menina, mas algo na atitude embaraçada de Açucena deu-lhe o alerta.
De olhos esbugalhados, mirou a criança e a jovem de cabelos
cor-de-mel e de repente percebeu tudo. Estremeceu empalidecendo e
caiu desmaiada.
Açucena socorreu-a sentindo pena dela.
Levou-a para salinha contígua aos seus aposentos para ela recobrar os
sentidos.Ofereceu-lhe chá e algo doce para lhe voltarem as cores à
faces, ao qual Charlotte aceitou, muda e cabisbaixa. Açucena
entreolhava-a condoída e sem saber o que fazer, enquanto na cabeça
de Charlotte múltiplos pensamentos se cruzavam e um deles era fugir
dali o mais rápido que pudesse, mal as suas pernas fracas o
permitissem. Foi lá que o duque as foi encontrar.
Imagem da autoria de Jasmin Darnell
link do 9º capitulo da 1ªa Temporada:http://artlira.blogspot.pt/2011/07/edouard-abriu-os-olhos-vagarosamente-e.html
Link do 11ª Capitulo : http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-11-capitulo-2-temporada-de.html
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos. Todos os direitos reservados.
Link do 11ª Capitulo : http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-11-capitulo-2-temporada-de.html
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos. Todos os direitos reservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário