Philippe passeava de mãos na cintura pela sala com ar
preocupado enquanto Evelyn esfregava as mãos nervosamente.
- Não estava previsto no nosso plano apaixonares-te pelo
Edouard! O intuito era destrui-lo.
- Sim… mas julgo que consigo transformá-lo…
Philippe parou de andar e olhou fixamente a amiga.- Acho isso
pura ilusão! Não sei o que vocês veem nele!
- Estás com ciúmes?? – Ripostou Evelyn com vivacidade, logo
semicerrando os olhos e voltando a falar mas agora em tom baixo e provocador: -
Meus ou dela?
O homem loiro olhou-a intensamente, erguendo uma sobrancelha.
- De que falas?
- Do nosso caso, Philippe! – Não te faças desentendido!
- Caso?? O que se passou entre nós não foi um caso. Foram
momentos de entreajuda… - Exclamou ele, rematando: - E já foi há muito tempo!
Evelyn soltou uma gargalhada – Estás com receio de relembrar
o prazer que sentiste comigo? Quando chegaste às minhas mãos estavas um caco
como homem. Sem amor-próprio e sem nada… E eu fiz-te vibrar de novo, fiz brotar em ti essa
sensualidade que a tua querida Açucena tanto aprecia nos dias de hoje e que a
faz suspirar quando estás em cima dela.
- Pára de falar essas coisas! Ok ajudaste-me muito e não só
nesse sentido. Mas lembra-te que o que me trouxe aqui foi recuperar Açucena e
vingar-me de Edouard!
- Sabes, há momentos em que duvido se realmente amas Açucena…Ou
se é só o teu orgulho ferido…Ela é tão insossa e não sei o que tu e o Edouard
viram nela.
- Ela desperta em mim algo que não sei explicar…É uma doçura
tão grande! E por favor não me compares com Edouard! – Ripostou ele com a sua
voz grave. – Estás aqui para me ajudar ou não??
- Estou. – Respondeu ela já mais séria – Pela honra da nossa
Família pois ainda somos primos. Mas vamos ter de mudar os planos pois desejo
manter Edouard para mim…Além disso o meu grã-ducado permite-me estar longe da
tua vista.
Philippe suspirou pesadamente como resposta e saiu com largas
passadas.
Saiu para a rua para respirar o ar frio da noite e pensar.
Contra a sua vontade as lembranças dos momentos quentes com a prima
voltavam-lhe à cabeça. Evelyn realmente sabia fazer um homem sentir um fogo
vindo das entranhas e capaz de deixar qualquer um louco de paixão. Ele escapara
desse sentimento de entrega pois conhecera já o amor da sua vida e fora ferido
por ela, mas reconhecia os talentos de Evelyn. Estremeceu com as recordações e
sentiu-se culpado pensando em Açucena. Fixou o seu pensamento nela e aos poucos
o seu coração amansou dessa impressão culposa. Sorriu para os seus botões.
Nesse momento um vulto encapuçado deu-lhe um encontrão.
A cabeça de Charlotte ficou a descoberto, revelando uma
expressão confusa num semblante pálido.
Instintivamente Philippe segurou-a, porém Charlotte,
desnorteada, tentou livrar-se dos braços que a pareciam reter.
- Nada temais jovem senhora! – Afiançou o príncipe com voz
tranquilizante. A mulher percebeu o seu porte distinto e acalmou-se. – Posso
ajudar-vos?...
Charlotte abriu a boca para responder mas uma voz masculina
soou feroz:
- Vós! Sempre no meu caminho, Philippe!
O alto e louro homem assumiu uma atitude defensiva enquanto a
mulher se escudava nele.
- Edouard! Que podereis querer desta jovem dama??
- Nada que vos diga respeito! Afastai-vos Príncipe de
Angelis!
Mas Philippe permaneceu à sua frente com o sobrolho
carregado.
- De Angelis, deixai-me resolver os meus assuntos com essa
dama! – Instou Edouard contendo a sua impaciência e esforçando-se por ficar
calmo mas firme.
- Duvido das vossas boas intenções! – Exclamou o príncipe com
impetuosidade. – Sei bem como eréis violento com Açucena!
- Não tem nada a ver com isso este assunto! – Mastigou Edouard
impaciente. Mas Philippe não lhe deu ouvidos e saiu correndo e levando
Charlotte, deixando o duque desorientado.
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Imagem da autoria de Phoenix Lu
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