Blogue simples e personalizado, de conteúdo essencialmente literário, dando voz tanto a autores desconhecidos como veiculando autores célebres; com pequenos focos na música, pintura, fotografia, dança, cinema, séries, traduzindo e partilhando alguns dos meus gostos pessoais.
Sejam benvindos ao meu cantinho, ao meu mundo :)

terça-feira, 3 de março de 2015

"Entrega à Essência Feminina" - por Florbela de Castro

Tela em Acrilico
Autoria de Florbela de Castro
2014


Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos.

 Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

""Ventos e Mar de Cores" - de Florbela de Castro

Autoria de Florbela de Castro
2014
25x30cm
Tela em acrilico

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 Todos os direitos reservados.

domingo, 31 de agosto de 2014

"Lights of Green - New Earth" - Florbela de Castro


Autoria de Florbela de Castro
Pintado em acrilico
50x70cm
2014

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Açucena- 12º Capitulo - 2ªa Temporada - de Florbela de Castro



Philippe não queria saber duma versão melhorada de Edouard. Teimava em não querer acreditar, mesmo que lá no fundo soubesse que isso era verdade. Se ele acreditasse, a sua vingança pessoal poderia perder sentido.
Havia instalado Charlotte no seu palácio. Olhou-a com pena e preocupação. Ela havia-lhe contado a sua história o que deixara o príncipe apreensivo. Não sabia bem como ajudá-la.
Alguns dias passaram e ele cuidava da rapariga que recobrava as forças. Sentia-a um pouco órfã no mundo. Ela era novinha. Talvez tivesse vinte anos. Naquela noite ela chorara mais uma vez pelas traições de Edouard. Passou nos seus aposentos e vira a porta entreaberta e percebeu que ela adormecera vestida e a chorar. Suavemente e com gestos fraternos desapertou-lhe o corpete, procurando aconchegá-la. Charlotte entreabriu os olhos sorrindo ensonada.
- Que significa isto?? – Gritava Açucena completamente desvairada.
Surpreendidos os dois não tiveram reação. Açucena, alucinada, esmurrou o príncipe com as duas mãos. Este agarrou-lhe os pulsos com força enquanto ela se debatia. O resultado foi ela libertar-se num ímpeto, batendo com a cabeça numa mesinha. Tudo ficou negro e silencioso.
Quando começou a recuperar os sentidos Açucena, ouviu uma azáfama e vozes distantes. O dia raiava há muito por entre os reposteiros. Ao abrir os olhos foi mirada por caras estranhas, desconhecidas.
-Acordou. – Disse um homem careca e de bigode que tinha um monóculo. Outro homem alto e largo como um armário levantou-a sem cerimónia e sentou-a numa cadeira. O seu pé embateu num tecido volumoso. Olhou. Charlotte jazia no soalho com tez cinza e uma ferida enorme numa das fontes. De Philippe nem sinal.
- Desculpe-nos mas teremos de levar a menina até ao cárcere do rei para depois ser interrogada.
Açucena empalideceu e assustada quis fugir. O homem armário impediu-a pegando nela como quem pega uma trouxa leve.
Atordoada e sem querer acreditar no que lhe estava a acontecer, a duquesa viu-se a ser levada para a prisão real. Atirada para uma cela depois de despojada das suas jóias e vestido e enfiada numa túnica de serapilheira, agachou-se num canto. Nem meia hora depois voltava o homem do monóculo e o homem-armário. Agarraram-na sem cerimónia enquanto despejavam um grande balde de água fria em cima dela.
 - Onde está o príncipe de Angelis? Porque você assassinou esta jovem?
A jovem mulher quis protestar mas não a deixaram falar, esbofeteando-a violentamente. Prosseguiram assim por algum tempo que pareceu infindável para ela. Finalmente saíram.
Após longos momentos, talvez horas, em que a duquesa se perguntou do porquê desta situação, tentou relembrar o aparecimento de Charlotte em sua casa e o facto de Edouard as ter surpreendido.
Gerara-se um tremenda discussão entre a outra jovem e Edouard em que este perdera a paciência ameaçando Charlotte de a surrar. Fôra então que ela fugira.
Jamais esperara encontrá-la na casa de Philippe. Açucena gemeu dorida tanto por fora como por dentro. Não percebia o que se passava.
A noite já ia alta e a lua iluminava pelo quadrado gradeado quando o homem-armário voltou. Trouxe-lhe água. Hesitante ela aceitou. Ele acariciou-lhe o cabelo. Ela repudiou-o mas de nada adiantou. O homem rasgou-lhe a túnica e sem cerimónia penetrou-a enquanto lhe tapava a boca. Açucena gemeu de dor, enquanto lágrimas escorriam pelas faces. Humilhação suprema.
Dali em diante o homem armário aparecia à mesma hora e o ritual repetia-se. Açucena vivia aqueles momentos com repulsa e sacrifício.
Até que um dia em que o ritual se repetira, o homem estacou de repente com os olhos esbugalhados e caiu pesadamente a seu lado. Nas suas costas encontrava-se cravado um punhal. A figura dum guarda recortava-se na sombra da cela. Açucena não reconheceu nenhuma cara amiga.
- Com os cumprimentos do rei. – Anunciou o jovem homem com respeito. E saiu tão enigmaticamente como entrara. Açucena interrogou-se intrigada : “ O rei livra-me da violação mas não da prisão. Qual será o seu intuito?” Conjeturou: “ E onde estarão Philippe e Edouard que não apareceram? Nem mesmo Evelyn surgiu ou me veio tentar salvar!”
Não longe dali, três dias antes, os dois homens amordaçados tinham sido postos numa galera real para terras distantes.


Evelyn evaporara-se simplesmente.


Imagem de Phoenix Lu

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Açucena - 11º Capitulo - 2ª Temporada - de Florbela de Castro



Philippe passeava de mãos na cintura pela sala com ar preocupado enquanto Evelyn esfregava as mãos nervosamente.
- Não estava previsto no nosso plano apaixonares-te pelo Edouard! O intuito era destrui-lo.
- Sim… mas julgo que consigo transformá-lo…
Philippe parou de andar e olhou fixamente a amiga.- Acho isso pura ilusão! Não sei o que vocês veem nele!
- Estás com ciúmes?? – Ripostou Evelyn com vivacidade, logo semicerrando os olhos e voltando a falar mas agora em tom baixo e provocador: - Meus ou dela?
O homem loiro olhou-a intensamente, erguendo uma sobrancelha.
- De que falas?
- Do nosso caso, Philippe! – Não te faças desentendido!
- Caso?? O que se passou entre nós não foi um caso. Foram momentos de entreajuda… - Exclamou ele, rematando: - E já foi há muito tempo!
Evelyn soltou uma gargalhada – Estás com receio de relembrar o prazer que sentiste comigo? Quando chegaste às minhas mãos estavas um caco como homem. Sem amor-próprio e sem nada… E eu fiz-te vibrar de novo, fiz brotar em ti essa sensualidade que a tua querida Açucena tanto aprecia nos dias de hoje e que a faz suspirar quando estás em cima dela.
- Pára de falar essas coisas! Ok ajudaste-me muito e não só nesse sentido. Mas lembra-te que o que me trouxe aqui foi recuperar Açucena e vingar-me de Edouard!
- Sabes, há momentos em que duvido se realmente amas Açucena…Ou se é só o teu orgulho ferido…Ela é tão insossa e não sei o que tu e o Edouard viram nela.
- Ela desperta em mim algo que não sei explicar…É uma doçura tão grande! E por favor não me compares com Edouard! – Ripostou ele com a sua voz grave. – Estás aqui para me ajudar ou não??
- Estou. – Respondeu ela já mais séria – Pela honra da nossa Família pois ainda somos primos. Mas vamos ter de mudar os planos pois desejo manter Edouard para mim…Além disso o meu grã-ducado permite-me estar longe da tua vista.

Philippe suspirou pesadamente como resposta e saiu com largas passadas.
Saiu para a rua para respirar o ar frio da noite e pensar. Contra a sua vontade as lembranças dos momentos quentes com a prima voltavam-lhe à cabeça. Evelyn realmente sabia fazer um homem sentir um fogo vindo das entranhas e capaz de deixar qualquer um louco de paixão. Ele escapara desse sentimento de entrega pois conhecera já o amor da sua vida e fora ferido por ela, mas reconhecia os talentos de Evelyn. Estremeceu com as recordações e sentiu-se culpado pensando em Açucena. Fixou o seu pensamento nela e aos poucos o seu coração amansou dessa impressão culposa. Sorriu para os seus botões.
Nesse momento um vulto encapuçado deu-lhe um encontrão.
A cabeça de Charlotte ficou a descoberto, revelando uma expressão confusa num semblante pálido.
Instintivamente Philippe segurou-a, porém Charlotte, desnorteada, tentou livrar-se dos braços que a pareciam reter.
- Nada temais jovem senhora! – Afiançou o príncipe com voz tranquilizante. A mulher percebeu o seu porte distinto e acalmou-se. – Posso ajudar-vos?...
Charlotte abriu a boca para responder mas uma voz masculina soou feroz:
- Vós! Sempre no meu caminho, Philippe!
O alto e louro homem assumiu uma atitude defensiva enquanto a mulher se escudava nele.
- Edouard! Que podereis querer desta jovem dama??
- Nada que vos diga respeito! Afastai-vos Príncipe de Angelis!
Mas Philippe permaneceu à sua frente com o sobrolho carregado.
- De Angelis, deixai-me resolver os meus assuntos com essa dama! – Instou Edouard contendo a sua impaciência e esforçando-se por ficar calmo mas firme.
- Duvido das vossas boas intenções! – Exclamou o príncipe com impetuosidade. – Sei bem como eréis violento com Açucena!
- Não tem nada a ver com isso este assunto! – Mastigou Edouard impaciente. Mas Philippe não lhe deu ouvidos e saiu correndo e levando Charlotte, deixando o duque desorientado.

Imagem da autoria de Phoenix Lu 
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sábado, 30 de agosto de 2014

CAVALEIRO - de Peter Lee Dolphein


Sim,
Soube que o querias
Em aconchego confessar
Que me Amas.

Vi,
Que era Verdade
Esse teu Sentimento
Em lágrimas
Lavado e apascentado
Como uma ovelha
Tresmalhada e sofredora.

Hoje,
É a Noite em que
Poderás dar e Sentir
Essa tortuosa Sensação,
Essa dorida Paixão
Em teu corpo sedento
Por um carinho meu.

Poderás vir, então
De Coração aberto
E sem Armadura
Pois esta Noite jurei
Ser para sempre
O teu brilhante
E Poderoso Cavaleiro
Que te espera
Para te Amar.

Author: Peter Lee Dolphein
Braga/Portugal----------09/05/2012

Autor ©: Peterleedolph , Braga 09/05/2012