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terça-feira, 3 de março de 2015
sábado, 6 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
domingo, 31 de agosto de 2014
Açucena- 12º Capitulo - 2ªa Temporada - de Florbela de Castro
Philippe
não queria saber duma versão melhorada de Edouard. Teimava em não querer
acreditar, mesmo que lá no fundo soubesse que isso era verdade. Se ele
acreditasse, a sua vingança pessoal poderia perder sentido.
Havia
instalado Charlotte no seu palácio. Olhou-a com pena e preocupação. Ela
havia-lhe contado a sua história o que deixara o príncipe apreensivo. Não sabia
bem como ajudá-la.
Alguns
dias passaram e ele cuidava da rapariga que recobrava as forças. Sentia-a um
pouco órfã no mundo. Ela era novinha. Talvez tivesse vinte anos. Naquela noite
ela chorara mais uma vez pelas traições de Edouard. Passou nos seus aposentos e
vira a porta entreaberta e percebeu que ela adormecera vestida e a chorar. Suavemente
e com gestos fraternos desapertou-lhe o corpete, procurando aconchegá-la.
Charlotte entreabriu os olhos sorrindo ensonada.
- Que
significa isto?? – Gritava Açucena completamente desvairada.
Surpreendidos
os dois não tiveram reação. Açucena, alucinada, esmurrou o príncipe com as duas
mãos. Este agarrou-lhe os pulsos com força enquanto ela se debatia. O resultado
foi ela libertar-se num ímpeto, batendo com a cabeça numa mesinha. Tudo ficou
negro e silencioso.
Quando
começou a recuperar os sentidos Açucena, ouviu uma azáfama e vozes distantes. O
dia raiava há muito por entre os reposteiros. Ao abrir os olhos foi mirada por
caras estranhas, desconhecidas.
-Acordou.
– Disse um homem careca e de bigode que tinha um monóculo. Outro homem alto e
largo como um armário levantou-a sem cerimónia e sentou-a numa cadeira. O seu
pé embateu num tecido volumoso. Olhou. Charlotte jazia no soalho com tez cinza
e uma ferida enorme numa das fontes. De Philippe nem sinal.
- Desculpe-nos mas teremos de levar a menina até ao cárcere do
rei para depois ser interrogada.
Açucena empalideceu e assustada quis fugir. O homem armário
impediu-a pegando nela como quem pega uma trouxa leve.
Atordoada e sem querer acreditar no que lhe estava a acontecer,
a duquesa viu-se a ser levada para a prisão real. Atirada para uma cela depois
de despojada das suas jóias e vestido e enfiada numa túnica de serapilheira,
agachou-se num canto. Nem meia hora depois voltava o homem do monóculo e o
homem-armário. Agarraram-na sem cerimónia enquanto despejavam um grande balde
de água fria em cima dela.
- Onde está o príncipe
de Angelis? Porque você assassinou esta jovem?
A jovem mulher quis protestar mas não a deixaram falar,
esbofeteando-a violentamente. Prosseguiram assim por algum tempo que pareceu infindável
para ela. Finalmente saíram.
Após longos momentos, talvez horas, em que a duquesa se
perguntou do porquê desta situação, tentou relembrar o aparecimento de Charlotte
em sua casa e o facto de Edouard as ter surpreendido.
Gerara-se um tremenda discussão entre a outra jovem e Edouard
em que este perdera a paciência ameaçando Charlotte de a surrar. Fôra então que
ela fugira.
Jamais esperara encontrá-la na casa de Philippe. Açucena
gemeu dorida tanto por fora como por dentro. Não percebia o que se passava.
A noite já ia alta e a lua iluminava pelo quadrado gradeado
quando o homem-armário voltou. Trouxe-lhe água. Hesitante ela aceitou. Ele
acariciou-lhe o cabelo. Ela repudiou-o mas de nada adiantou. O homem rasgou-lhe
a túnica e sem cerimónia penetrou-a enquanto lhe tapava a boca. Açucena gemeu
de dor, enquanto lágrimas escorriam pelas faces. Humilhação suprema.
Dali em diante o homem armário aparecia à mesma hora e o
ritual repetia-se. Açucena vivia aqueles momentos com repulsa e sacrifício.
Até que um dia em que o ritual se repetira, o homem estacou de
repente com os olhos esbugalhados e caiu pesadamente a seu lado. Nas suas
costas encontrava-se cravado um punhal. A figura dum guarda recortava-se na
sombra da cela. Açucena não reconheceu nenhuma cara amiga.
- Com os cumprimentos do rei. – Anunciou o jovem homem com
respeito. E saiu tão enigmaticamente como entrara. Açucena interrogou-se
intrigada : “ O rei livra-me da violação mas não da prisão. Qual será o seu
intuito?” Conjeturou: “ E onde estarão Philippe e Edouard que não apareceram? Nem
mesmo Evelyn surgiu ou me veio tentar salvar!”
Não longe dali, três dias antes, os dois homens amordaçados
tinham sido postos numa galera real para terras distantes.
Evelyn evaporara-se simplesmente.
Imagem de Phoenix Lu
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos. Todos os direitos reservados.
Açucena - 11º Capitulo - 2ª Temporada - de Florbela de Castro
Philippe passeava de mãos na cintura pela sala com ar
preocupado enquanto Evelyn esfregava as mãos nervosamente.
- Não estava previsto no nosso plano apaixonares-te pelo
Edouard! O intuito era destrui-lo.
- Sim… mas julgo que consigo transformá-lo…
Philippe parou de andar e olhou fixamente a amiga.- Acho isso
pura ilusão! Não sei o que vocês veem nele!
- Estás com ciúmes?? – Ripostou Evelyn com vivacidade, logo
semicerrando os olhos e voltando a falar mas agora em tom baixo e provocador: -
Meus ou dela?
O homem loiro olhou-a intensamente, erguendo uma sobrancelha.
- De que falas?
- Do nosso caso, Philippe! – Não te faças desentendido!
- Caso?? O que se passou entre nós não foi um caso. Foram
momentos de entreajuda… - Exclamou ele, rematando: - E já foi há muito tempo!
Evelyn soltou uma gargalhada – Estás com receio de relembrar
o prazer que sentiste comigo? Quando chegaste às minhas mãos estavas um caco
como homem. Sem amor-próprio e sem nada… E eu fiz-te vibrar de novo, fiz brotar em ti essa
sensualidade que a tua querida Açucena tanto aprecia nos dias de hoje e que a
faz suspirar quando estás em cima dela.
- Pára de falar essas coisas! Ok ajudaste-me muito e não só
nesse sentido. Mas lembra-te que o que me trouxe aqui foi recuperar Açucena e
vingar-me de Edouard!
- Sabes, há momentos em que duvido se realmente amas Açucena…Ou
se é só o teu orgulho ferido…Ela é tão insossa e não sei o que tu e o Edouard
viram nela.
- Ela desperta em mim algo que não sei explicar…É uma doçura
tão grande! E por favor não me compares com Edouard! – Ripostou ele com a sua
voz grave. – Estás aqui para me ajudar ou não??
- Estou. – Respondeu ela já mais séria – Pela honra da nossa
Família pois ainda somos primos. Mas vamos ter de mudar os planos pois desejo
manter Edouard para mim…Além disso o meu grã-ducado permite-me estar longe da
tua vista.
Philippe suspirou pesadamente como resposta e saiu com largas
passadas.
Saiu para a rua para respirar o ar frio da noite e pensar.
Contra a sua vontade as lembranças dos momentos quentes com a prima
voltavam-lhe à cabeça. Evelyn realmente sabia fazer um homem sentir um fogo
vindo das entranhas e capaz de deixar qualquer um louco de paixão. Ele escapara
desse sentimento de entrega pois conhecera já o amor da sua vida e fora ferido
por ela, mas reconhecia os talentos de Evelyn. Estremeceu com as recordações e
sentiu-se culpado pensando em Açucena. Fixou o seu pensamento nela e aos poucos
o seu coração amansou dessa impressão culposa. Sorriu para os seus botões.
Nesse momento um vulto encapuçado deu-lhe um encontrão.
A cabeça de Charlotte ficou a descoberto, revelando uma
expressão confusa num semblante pálido.
Instintivamente Philippe segurou-a, porém Charlotte,
desnorteada, tentou livrar-se dos braços que a pareciam reter.
- Nada temais jovem senhora! – Afiançou o príncipe com voz
tranquilizante. A mulher percebeu o seu porte distinto e acalmou-se. – Posso
ajudar-vos?...
Charlotte abriu a boca para responder mas uma voz masculina
soou feroz:
- Vós! Sempre no meu caminho, Philippe!
O alto e louro homem assumiu uma atitude defensiva enquanto a
mulher se escudava nele.
- Edouard! Que podereis querer desta jovem dama??
- Nada que vos diga respeito! Afastai-vos Príncipe de
Angelis!
Mas Philippe permaneceu à sua frente com o sobrolho
carregado.
- De Angelis, deixai-me resolver os meus assuntos com essa
dama! – Instou Edouard contendo a sua impaciência e esforçando-se por ficar
calmo mas firme.
- Duvido das vossas boas intenções! – Exclamou o príncipe com
impetuosidade. – Sei bem como eréis violento com Açucena!
- Não tem nada a ver com isso este assunto! – Mastigou Edouard
impaciente. Mas Philippe não lhe deu ouvidos e saiu correndo e levando
Charlotte, deixando o duque desorientado.
Link do 10ª Capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2014/06/acucena-10-capitulo-2-temporada-de.html
Link do 12ª Capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-2-capitulo-2a-temporada-de.html
Link do 12ª Capitulo: http://artlira.blogspot.pt/2014/08/acucena-2-capitulo-2a-temporada-de.html
Imagem da autoria de Phoenix Lu
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sábado, 30 de agosto de 2014
CAVALEIRO - de Peter Lee Dolphein
Soube que o querias
Em aconchego confessar
Que me Amas.
Vi,
Que era Verdade
Esse teu Sentimento
Em lágrimas
Lavado e apascentado
Como uma ovelha
Tresmalhada e sofredora.
Hoje,
É a Noite em que
Poderás dar e Sentir
Essa tortuosa Sensação,
Essa dorida Paixão
Em teu corpo sedento
Por um carinho meu.
Poderás vir, então
De Coração aberto
E sem Armadura
Pois esta Noite jurei
Ser para sempre
O teu brilhante
E Poderoso Cavaleiro
Que te espera
Para te Amar.
Author: Peter Lee Dolphein
Braga/Portugal----------09/05/2012
Autor ©: Peterleedolph , Braga 09/05/2012
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