Sejam benvindos ao meu cantinho, ao meu mundo :)
domingo, 30 de junho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
quarta-feira, 26 de junho de 2013
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Conto: " O Príncipe Trovador" - 2ª parte - de Florbela de Castro
Seis anos
volveram. Aurora nunca mais ouvira falar de Raimundo. Na Primavera seguinte ao
nascimento das crianças, Aurora arranjou trabalho numa terra longe dali. Foi
com algum pesar que abandonou a sua linda cabana e partiu.
Trabalhava
por vezes sozinha em encomendas e outras vezes com outras costureiras e
bordadeiras.
Um belo dia
ouviu um burburinho nas ruas da aldeia: O príncipe daquele reino ia casar. A
futura princesa já chegara de terras distantes com o seu séquito e encomendara
a confecção do seu traje nupcial às melhores bordadeiras do reino.
Durante 4
longos anos, Raimundo esteve fora do país comandando a frota de navios do
reino.
Ao quinto
ano voltou, finda a sua missão. Não tardou em procurar Aurora e a sua cabana.
Selou o cavalo e antes disfarçou-se como costumava fazer antes.
Porém,
quando chegou ao local da cabana encontrou tudo abandonado. Raimundo procurou
angustiado. Nada. Ela desaparecera. Atormentado, correu desorientado, chamando
por Aurora. Seria possível ela tê-lo esquecido? Negou esse pensamento
violentamente, mas esta dúvida insinuou-se cada vez com mais força no coração
do Príncipe, até se instalar como uma certeza indubitável. Raimundo corria
agoniado adentrando a floresta cerrada e enublado pelas lágrimas que lhe
jorravam pelos olhos. Uma poeira vermelha e ardente parou-lhe a corrida,
cegando-o por completo, enquanto ele caía sem sentidos.
Encontraram-no
quase dois dias depois. A convalescença física durou poucas semanas. Mas a
ferida na alma e nos olhos de Raimundo ficara para sempre.
Aurora
bordava encantada as maravilhosas pérolas no vestido de noiva. Brevemente um
grupo de bordadeiras se deslocaria ao palácio para a prova do traje.
Esse dia
chegou e foi uma comitiva de costureiras e bordadeiras entusiasmadas que fez a
sua entrada no Paço real. A princesa revelou-se autoritária e fria. Contudo
Aurora fez por ser solícita e caiu de tal forma nas boas graças da princesa que
esta a convidou para aia após o casamento com o príncipe. Era um pulo para uma
vida melhor. No entanto Aurora tinha as suas reservas. Não gostava da corte e
apesar dos murmúrios de protesto das colegas, não deu uma resposta definitiva
para a futura princesa do reino.
Três dias
antes da boda, já a noite ia alta, quando da lua surgiu a fada que Aurora vira
em tempos.
- Sei que
recebeste um convite para trabalhar no paço que pensas não aceitar. No entanto
preciso que vejas uma coisa que pode realmente te mostrar qual o teu caminho.
E com a
varinha de condão tocou em Aurora que assim se viu trajada com maravilhoso
vestido de brocado Ouro velho entremeado num tom de laranja quente quase como
uma chama, com saiotes em cetim laranja fogo e gaze dourado; Os sapatos eram de
cetim dourado com pequeno laço de gaze laranja preso cm um magnífico diamante; os
belos cabelos escuros encontravam-se entrançados no alto enquanto a cabeça era
rodeada de uma magnifica fieira de diamantes em finíssimo fio de ouro.
Quando Aurora
viu-se ao espelho não pode reprimir um grito de espanto. A fada recomendou que
ela levasse a capa azul com que Raimundo a tinha conhecido e nunca a tirasse
durante o baile. Assim permaneceria irreconhecível para os demais, enquanto que
para o príncipe seria um elo de reconhecimento.
Aurora
compareceu no baile onde foi contemplada por todos os presentes. Maravilhosos
trajes de damas e gentis-homens proliferavam por todo o salão. Cedo ela foi
apresentada à família real e à futura princesa do reino que, como já era
esperado, não a reconheceu. Ao ver o príncipe, Aurora ficou como que fulminada:
Raimundo!
Por pouco
não perdeu os sentidos. Agora ela percebia tudo. Especialmente o porquê dele
ter desparecido…
Este por
sua vez reconheceu a sua presença e perturbado quis tirá-la para dançar. Um
gentil-homem do seu séquito fez o papel de mediador.
Sentia que
era a sua amada mas não podia ter a certeza porque não via. Mas o seu coração
gritava-lhe que sim.
Enquanto
dançavam tentou falar com ela, porém a comoção vivida por Aurora emudecera-a. Tinha
perdido a voz.
Mesmo com o
gentil-homem servindo de intermediário, o príncipe não conseguiu descobrir a
sua identidade. Seria preciso um intermediário também que conhecesse Aurora e
esta não podia revelar o seu disfarce.
Por questões
de etiqueta, Raimundo teve de se afastar do seu par pois a família real
reunia-se à volta do cravo. Apesar de cego o príncipe continuava a cantar e tocar
e compor.
Juntamente
com o mesmo gentil-homem, um com o alaúde e o outro no cravo e mais na flauta,
cantou uma bela cantiga de amor, sobre um amor perdido no tempo mas jamais
esquecido e por ele sempre alimentado.
Pareceu a
Aurora que ele lhe dedicava a cantiga. O seu coração mudou enquanto ouvia a
música. Era um sinal inequívoco de que ele se lhe dirigia.
Os três belos
varões foram ovacionados pela maravilhosa melodia. A corte felicitava-os
entusiasticamente. Aurora aproveitou a ocasião para se escapulir, voando para o
exterior. Breve a rica carruagem a deixou na sua casa e desaparecia como por
encanto. Já no quarto, à medida que se despia dos seus atavios, estes iam desaparecendo.
Para sua surpresa a capa também desaparecera. Chorosa e confusa, Aurora
deitou-se após verificar as duas crianças que dormiam há muito.
A fada
deixara um bilhete em que a aconselhava a aceitar o convite de trabalhar como
aia da nova princesa, após o que tinha visto. A Aurora só lhe apetecia desaparecer,
mas acatou o conselho da fada.
No dia
seguinte rumava para o palácio, enquanto que o príncipe mandava secretamente
procurar por todo o reino, pela jovem de capa azul.
Fim da 2ª parte
Autoria Florbela de Castro
2013
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os creditos. Todos os direitos reservados.
Imagens retiradas da net
domingo, 9 de junho de 2013
sábado, 8 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
sábado, 1 de junho de 2013
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