Com o verde em imensidão
E um areal interminável
Fez da Lua o seu coração
E do seu poder indominável.
Reinam nela animais encantados
Fadas, seres e princesas,
Ogres, elfos e cavalos alados;
Seres de todas as naturezas
E de todos os formatos.
Aqui, a paz é imprescindível
A afinidade e a sinceridade, também
A desordem é indizível,
As armas usadas para o bem.
Todas as raças se misturam
Tratam-se todos como irmanados
São os habitantes da ilha Urgzan
A ilha dos seres encantados
1ª Imagem da autoria de: Anne Stokes
www.annestokes.com
2ªimagem da autoria de: Heise Jinyao
http://www.heisejinyao.com
Sejam benvindos ao meu cantinho, ao meu mundo :)
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
"Aurora?..."
Como pode aquela parte do teu coração
De pedra dura e escura,
Resistir à flor de espuma da minha água
Porque te dei os meus olhos a beber
E não te perguntei:
-Tens Sede?
Não!
Não devia ter entregue os meus
Pássaros nas tuas mãos
Para os perderes assim!
Como tu és de Água Cruel
E Fria?
Suja, talvez?..
Porque amo a Noite
Julgando ser o Dia?
05.03.1990
Web site desta imagem
danielkleiz.blogspot.com
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
...somnium locus
qui ab filii unos otiosos inteligincia,
plus generatus per vanium minime...
(William Shakespeare/Romeu e Julieta, I.i)
Web site desta imagem
bloguedoguiih.blogspot.com
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Warrior Up,Warrior Down- de Florbela de Castro
Pousado a lança, e todas
As minhas armas
Fiquei estendido no solo
A agonizar com as minhas feridas
O vasto campo fértil virou
Solo estéril e poeirento.
Corpos jazem
Semeados no cinzento cenário
Estou no chão com a armadura em frangalhos.
O meu olhar turvo
Ainda vislumbra ao longe
O meu inimigo a afastar-se
Altivo e incólume.
Vou morrendo
A minha campa é o fundo do poço
O sol abandona-me
E a Noite é Fechada e sem Estrelas.
A guerra acabou.
A derrota foi fatídica.
Já não sou guerreiro,
Nem sobrevivente.
A estocada final foi lancinante
E pôs fim a uma longa e cruel tortura.
E afinal de contas, a lança que me trespassou
Eram verdades reveladas
E escondidas.
Vindas do Reino que defendia
Do Rei por quem lutei,
Do ideal que acreditei!...
Era uma armadilha...!
A minha carne inerte
Afunda-se na terra.
Acordo,
Olho para o lado
Uma luz cega-me.
É um violento sol vermelho.
Estou em pé
Surpreendido por estar
Num campo de batalha
Desconhecido
Olho para mim e envergo
Uma armadura diferente
Tenho um escudo romano
E uma espada reluzente.
Observo o meu novo rei:
Era o meu inimigo,
Aquele contra quem tanto lutei.
Tento vislumbrar então
Que identidade tem o meu inimigo;
Assombrado reconheço
Tudo aquilo pelo qual
Tanto lutei e acreditei!
Sou agora um guerreiro
Destemido
Nada disposto a ser derrotado
Nem vencido.
Vejo o Inimigo a aproximar-se
De aspecto Belo e Reluzente
Mas já não me engano mais
Porque lá no fundo
Cá dentro
Estou diferente. Indiferente!
Daquele Paraíso resplandecente
Só vou encontrar um Inferno
Que arrasa com o mais crente!
Empunho as minhas novas armas
Com orgulho e glória
E vou à luta outra vez...
Mas não pertenço a Nada
A Ninguém
Ou a lugar nenhum
Sou um forasteiro
Sim, sou um estranho
08.05.07
Imagens da autoria de Heise Jinyao
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os creditos.
Imagens da autoria de Heise Jinyao
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os creditos.
"O Perfeito Homem Incompleto" - de Florbela de Castro
E a lua cheia, nimbada, mancha de branco o paul.
Um nevoeiro denso envolve a paisagem, como num sonho.
E à excepção de uma leve brisa, o silêncio é medonho.
Mais lá adiante, o céu tinge-se de néon
E daí, trazido pela brisa, ouve-se um ligeiro som;
O restolhar da relva, devido ao orvalho da madrugada
Denuncia, recortando-se no horizonte, uma aparição encantada.
A figura estacou a escassos metros de distância
E revelou ser um homem de ar simples, mas extrema elegância.
Os seus longos cabelos loiros eram ondulados
E a sua pele diáfana tinha reflexos dourados.
O seu rosto de traços perfeitos era cheio de harmonia
E os seus olhos azuis, grandes, claros e límpidos como uma safira.
O alto homem fitou-me sem, no entanto, falar
E começou a conversar comigo, sem a sua boca descerrar.
Sobressaltei-me ao escutar palavras que não eram trazidas pelo vento
Pois a voz grave e calma era-me transmitida por pensamento
Inquiriu-me, então, pausadamente, o que fazia eu naquele lugar
E eu respondi: - Mergulhei no mundo dos sonhos e vim aqui parar.
Interpelei-o sobre o porquê de não articular palavras
Ao que ele respondeu, prontamente, que eu não entenderia nada.
Intrigada, quis saber a razão dessa afirmação
E ele retorquiu que o meu mundo era deturpado e cheio de corrupção
Por isso, os seus habitantes, como eu, não conseguiam compreender
O idioma daquele mundo que eu viera conhecer
O homem estendeu-me a mão para o seu país me mostrar
E naquele momento reparei que a aurora estava a despontar.
Vi planícies e montes onde o verde-esmeralda era a cor dominante
Mas acho que nem tenho palavras para descrever aquela maravilhosa paisagem luxuriante.
Aqui, a fauna e a flora pareciam mais livres e viçosas
Do que quaisquer outras que eu tivesse lido em romances cor-de-rosa.
Extasiada, opinei que ele vivia num Paraíso;
Contudo, o homem fitou-me sem esboçar um sorriso.
Indaguei como podia estar tão triste com um mundo tão perfeito, para mim
E o homem confessou que se sentia infeliz assim,
Pois faltava-lhe algo para a sua felicidade colmatar,
Algo que não existia no seu mundo e que ele ansiava encontrar.
Admirada reflecti comigo mesma – “ E vivendo num Paraíso que mais poderá ele querer?”
E ele respondeu, já falando: - “ É que eu sou um Homem e tu uma Mulher!”
1996
Artwork © - Jonathon Earl Bowser - www.JonathonArt.com.
http://www.jonathonart.com/thun.html
Pode compartilhar livremente a obra desde que respeite os créditos.
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segunda-feira, 8 de setembro de 2008
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